segunda-feira, setembro 25, 2006

Das impressões...

"(...) A folha em branco, leve, límpida, alva, sonho abstrato na racionalidade e idéias concretas que partiam dele. Aos poucos, riscos insípidos, tímidos ganhavam espaço e força até a segurança das mãos ditar não mais relutante as formas de um corpo feminino que ganhava vida. Ele aos poucos sentia que também ganhava vida, pulsando em suas veias, latente entre seu corpo e a imagem que assumia a capacidade de ir além da simples figura acinzentada. Cinza eram as sensações do mundo. Ali dentro, daquela sala, naquela mesa, daquele homem, o cinza das curvas pulsantes, as sombras que formavam o corpo seminu, ganhavam matizes de cores cujas tonalidades iam do prazer puramente visual ao toque quase sentido com a respiração quase ofegante. Ao cair da noite, ele se viu caindo em si. Tinha tanto tempo que não se rendia a esses momentos que nem se lembrava mais. Desejou que durasse mais, essa sensação boa, de não pertencer ao mundo, e o mundo não pertencer a ele. (...)"
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