Achava que não podia ser magoada;
achava que com certeza era
imune ao sofrimento —
imune às dores do espírito
ou à agonia.
Meu mundo tinha o calor do sol de abril
Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro.
Minha alma em êxtase, ainda assim
conheceu a dor suave e aguda que só o prazer
pode conter.
Minha alma planava sobre as gaivotas
que, ofegantes, tão alto se lançando,
lá no topo pareciam roçar suas asas
farfalhantes no teto azul
do céu.
(Como é frágil o coração humano —
um latejar, um frêmito —
um frágil, luzente instrumento
de cristal que chora
ou canta.)
Então de súbito meu mundo escureceu
E as trevas encobriram minha alegria.
Restou uma ausência triste e doída
Onde mãos sem cuidado tocaram
e destruíram
minha teia prateada de felicidade.
As mãos estacaram, atônitas.
Mãos que me amavam, choraram ao ver
os destroços do meu firma-
mento.
(Como é frágil o coração humano —
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta
ou chora.)
(tradução de Mônica Magnani Monte)
Sylvia Plath
achava que com certeza era
imune ao sofrimento —
imune às dores do espírito
ou à agonia.
Meu mundo tinha o calor do sol de abril
Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro.
Minha alma em êxtase, ainda assim
conheceu a dor suave e aguda que só o prazer
pode conter.
Minha alma planava sobre as gaivotas
que, ofegantes, tão alto se lançando,
lá no topo pareciam roçar suas asas
farfalhantes no teto azul
do céu.
(Como é frágil o coração humano —
um latejar, um frêmito —
um frágil, luzente instrumento
de cristal que chora
ou canta.)
Então de súbito meu mundo escureceu
E as trevas encobriram minha alegria.
Restou uma ausência triste e doída
Onde mãos sem cuidado tocaram
e destruíram
minha teia prateada de felicidade.
As mãos estacaram, atônitas.
Mãos que me amavam, choraram ao ver
os destroços do meu firma-
mento.
(Como é frágil o coração humano —
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta
ou chora.)
(tradução de Mônica Magnani Monte)
Sylvia Plath
4 Comments:
Tão efémera a felicidade...
Bjs
Acho que traduz muito bem, o que muitos de nós sentem ou sentiram.
Pensamos que existem momentos que vão durar para sempre, mas acaba por doer mais quando tal não acontece.
Mas existem mesmo coisas que não controlamos, e isso é quando nos apaixonamos ou quando a relação se desvanece sem estarmos preparados.
bjinhos***
Um poema que decifra bem como o coração é frágil.
Há minima coisa...ele quebra-se.
Muito bonito :)
Bj**
apple, efêmera sim, mas eterna na memória...
mocho, como dizia o poeta não há mal q sempre dure nem a bem q não se acabe...
sem-comentarios, descobri a escrita de sylvia plath anos atrás, mas redescobri nesses últimos meses e é como se ela soubesse exatamente o q eu sinto... não dá pra negar o quê de genialidade q emana das suas palavras...
bjos pra todos vcs!!!
:)
Postar um comentário
<< Home