Da possibilidade...
"Olhou para rua (...) aquele dia para ela (...) era dia (...) de sentir os bons ventos que sopravam em sua vida. Não gostava de criar expectativas, e o ânimo que surgia dela era da possibilidade latente, mesmo que não se concretizasse, advinda da vida vivida sobre e sob as dificuldades dinamicamente diárias e constantemente contínuas. Era da esperança de que apesar de nadar contra a correnteza, existiam ventos favoráveis que sopravam quando os braços cansados não suportavam mais o peso das águas.
Pensou nele, na saudade que sentia dele, e lá, escondido dentro dela, debaixo do orgulho, sonhou acordada que seria bom se tivesse acordado assim, leve, porque ele, lá longe, havia pensado nela e sentido sua falta. Voltou a si e pensou que talvez já fosse capaz de esquecê-lo, naquela forma juvenil, e passar a pensar nele como uma lembrança. Lembrança de um período bom da sua vida, como todos os outros, porque sempre há algo de bom a se guardar, mesmo da época mais triste. Resolveu deixar esse pensamento de lado. Talvez voltassem a se encontrar um dia, e talvez, aí sim, estivessem prontos um para o outro. Talvez ao se reencontrarem, perceberiam que já não havia nada a ser retomado, que o passado vivido em comum havia consumido a si próprio, mergulhado dentro de si, implodido e findo, restando somente um sorriso nostálgico. Ou talvez não se veriam jamais e assim ficaria, cabendo a cada um guardar na memória a lembrança que quisesse ou que conviesse.
Deixou então aquele pensamento, exatamente naquele ponto, da incapacidade de prever o rumo da vida, e da necessidade de evitar pensar sobre a possibilidade contida em fases findas da vida. Se tivesse sido diferente...
(...) Diante de tanta potencialidade, do mundo e de si, desejou apenas que não estivesse errada..."
5 Comments:
Querida Ma,
gostava que pudesses sentir o efeito que as tuas palavras tiveram sobre mim. É como se tivesses entrado no meu intimo e colocado em palavras aquilo que dentro de mim se move.
Agora, enquanto te lia era a mim mesma que via...eu,hoje estou/sou assim.
Bjs
Apple,
não posso dizer q sei exatamente o efeito q essas palavras tiveram em vc, mas posso te dizer q elas foram mais um prenúncio do q viria a ser, acabando por pesar mais do q a constatação de um fato passado... Então de certa forma eu posso dizer q sei o q vc sentiu... Já estive assim, e de certa forma acho q nunca deixaremos de ser...
Tenho que concordar com a apple: é como se soubesses exactamente o que sinto.
"e se"...passamos tanto tempo nesse universo que acabamos por deixar de viver no mundo real.
Mocho,
concordo contigo e acho q é como o texto da apple sobre esse nosso 'bando' q insiste em voar p/ a tempestade... Apesar de toda a melancolia nos parece tão confortante pois já a conhecemos tão bem q não conseguimos nos desvencilhar...
Mocho,
concordo contigo e acho q é como o texto da apple sobre esse nosso 'bando' q insiste em voar p/ a tempestade... Apesar de toda a melancolia nos parece tão confortante pois já a conhecemos tão bem q não conseguimos nos desvencilhar...
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