terça-feira, outubro 10, 2006

Da possibilidade...

"Olhou para rua (...) aquele dia para ela (...) era dia (...) de sentir os bons ventos que sopravam em sua vida. Não gostava de criar expectativas, e o ânimo que surgia dela era da possibilidade latente, mesmo que não se concretizasse, advinda da vida vivida sobre e sob as dificuldades dinamicamente diárias e constantemente contínuas. Era da esperança de que apesar de nadar contra a correnteza, existiam ventos favoráveis que sopravam quando os braços cansados não suportavam mais o peso das águas.
Pensou nele, na saudade que sentia dele, e lá, escondido dentro dela, debaixo do orgulho, sonhou acordada que seria bom se tivesse acordado assim, leve, porque ele, lá longe, havia pensado nela e sentido sua falta. Voltou a si e pensou que talvez já fosse capaz de esquecê-lo, naquela forma juvenil, e passar a pensar nele como uma lembrança. Lembrança de um período bom da sua vida, como todos os outros, porque sempre há algo de bom a se guardar, mesmo da época mais triste. Resolveu deixar esse pensamento de lado. Talvez voltassem a se encontrar um dia, e talvez, aí sim, estivessem prontos um para o outro. Talvez ao se reencontrarem, perceberiam que já não havia nada a ser retomado, que o passado vivido em comum havia consumido a si próprio, mergulhado dentro de si, implodido e findo, restando somente um sorriso nostálgico. Ou talvez não se veriam jamais e assim ficaria, cabendo a cada um guardar na memória a lembrança que quisesse ou que conviesse.
Deixou então aquele pensamento, exatamente naquele ponto, da incapacidade de prever o rumo da vida, e da necessidade de evitar pensar sobre a possibilidade contida em fases findas da vida. Se tivesse sido diferente...
(...) Diante de tanta potencialidade, do mundo e de si, desejou apenas que não estivesse errada..."

5 Comments:

Blogger Apple said...

Querida Ma,
gostava que pudesses sentir o efeito que as tuas palavras tiveram sobre mim. É como se tivesses entrado no meu intimo e colocado em palavras aquilo que dentro de mim se move.
Agora, enquanto te lia era a mim mesma que via...eu,hoje estou/sou assim.
Bjs

6:48 AM  
Blogger ma said...

Apple,
não posso dizer q sei exatamente o efeito q essas palavras tiveram em vc, mas posso te dizer q elas foram mais um prenúncio do q viria a ser, acabando por pesar mais do q a constatação de um fato passado... Então de certa forma eu posso dizer q sei o q vc sentiu... Já estive assim, e de certa forma acho q nunca deixaremos de ser...

7:42 PM  
Blogger Mocho_ao_Luar said...

Tenho que concordar com a apple: é como se soubesses exactamente o que sinto.
"e se"...passamos tanto tempo nesse universo que acabamos por deixar de viver no mundo real.

12:34 PM  
Blogger ma said...

Mocho,
concordo contigo e acho q é como o texto da apple sobre esse nosso 'bando' q insiste em voar p/ a tempestade... Apesar de toda a melancolia nos parece tão confortante pois já a conhecemos tão bem q não conseguimos nos desvencilhar...

1:54 PM  
Blogger ma said...

Mocho,
concordo contigo e acho q é como o texto da apple sobre esse nosso 'bando' q insiste em voar p/ a tempestade... Apesar de toda a melancolia nos parece tão confortante pois já a conhecemos tão bem q não conseguimos nos desvencilhar...

1:54 PM  

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