quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Do exercício da paciência...

O desejo de manter a constância dos sentimentos, dos pensamentos e das ações...

A dificuldade de manter-se sóbrio, equilibrado e centrado diante das mais diversas situações...

A demora do reencontro com a calma e a tranquilidade perdidas com o passar do tempo...

A constatação racional de que é possível com o tempo dominar as ações e vontades institivas, quando percebe-se que essas não trazem mais consigo o melhor de si...

O medo de ser apenas mais um período de bonança em meio a tempestade que se espalha como uma epidemia de turbulência, penetrando por todos os poros, preenchendo os vazios e conquistando todos os terrenos dúbios...

A vontade tímida da crença na pior hipótese para o estabelecimento do avesso...

Do exercício da paciência a tentar mais uma vez criar e firmar raízes em mim...

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terça-feira, fevereiro 27, 2007

Do gostar...

... de passar os domingos em família, de caminhar sem destino, de conversar com um velho amigo, de conversar com novos amigos, do doce de infância que nunca mais vai ter o mesmo sabor.

... que é sentido quando menos se espera, e que nos faz perceber que mais uma vez estamos ao sabor das marés.

... que não mede a idade, o tempo, a distância e nem sequer as vontades.

... de si.

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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Das vontades...

... estabelecidas durante o passar dos dias, dos meses e dos anos.

... que dominam facilmente a nossa tão bem-quista racionalidade e que confundem-se com os nossos desejos.

... a brincar conosco caprichosamente e a nos deixar convictos da nossa pequenez.

... que por mais que tentemos negar ainda persiste em nós.

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domingo, fevereiro 25, 2007

Dos desejos...

... perdidos em meio aos sonhos, escondidos em meio a rotina, evidenciados pelo olhar, presentes no recôndito de cada ser.

... relutantes e estabelecidos, sonhados e vividos, relembrados e esquecidos.

... movendo moinhos, transpondo barreiras, perdendo limites, transformando-nos em seres humanos comuns.

... existentes em cada um de nós.

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sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Da saudade...

... que nasce e que morre, que cresce e se esconde diante das voltas que a vida dá e das ondas que nos levam, náufragos do passado.

... a preencher os dias, a surgir na rotina do dia repentinamente e a assentar nas lembranças sofregamente.

... que nos faz sorrir, que dói, que sangra, que nos derruba e nos soergue para nos sentirmos vivos mais uma vez.

... que todos já sentiram um dia.

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quinta-feira, fevereiro 22, 2007

...

O grito (Munch)



"There is a panther stalks me down:
One day I'll have my death of him;
(...)

I hurl my heart to halt his pace,
To quench his thirst I squander blook;
He eats, and still his need seeks food,
Compels a total sacrifice.
(...)
Entering the tower of my fears,
I shut my doors on that dark guilt,
I bolt the door, each door I bolt.
Blood quickens, gonging in my ears:

The panther's tread is on the stairs,
Coming up and up the stairs."




E a pergunta que não quer calar: seria diferente se eu já tivesse aprendido a lição?

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Da realidade...

... envolvendo os corpos e as mentes, os sonhos nascentes e as ilusões poentes, mostrando toda a verdade que teimam em negar.

... a se impor como tirana, rainha da vida e da morte, única, eterna, inefavelmente imersa em si.

... a nos fazer de tolos, de bobos da corte entretendo-a com nossas pequenas vidas.

... que nos rege.

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segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Das ilusões...

... criadas diante da realidade dura e fria que tornam os dias mais longos, mais tristes, mais pesados e mais sofríveis.

... alimentadas diante das palavras tão esperadas, das inesperadas, das não ditas, diante dos movimentos mais leves, do olhar mais terno, da saudade que continua a pesar.

... a formar um castelo de nuvens que a brisa da vida se encarrega de levar para longe, de desfazer como se nem sequer tivesse existido e a refazer em novos céus sem fim.

... perdidas e reencontradas nos meus dias e nos seus.

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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Sobre todas as coisas que PRECISAVAM ser ditas...

"Ela nem sequer sabia se aquela era a música... a música de alguns anos atrás, que trouxera consigo uma nova visão de um mundo antigo, a certeza que ela tinha, mas que negava insistentemente...

Inconscientemente era como se soubesse que era aquela a música, que tocara no exato instante em que a passada conjuntura terminou por levá-la exatamente aonde ela se encontrava.

Durante alguns segundos ela lembrou, da noite em que a música tocava no ambiente mas era incapaz de chegar nela. E esses segundos renderam alguns minutos libertadores e sufocantes para ela, minutos nos quais ela pode perceber o que havia criado. As expectativas que levaram aos desencantos subseqüentes, as ilusões transformadas em desilusões, os sonhos que jamais chegaram a condizer com a realidade. Tudo isso perdido em meio ao correr da vida, caído aos seus pés, e a negação, a esperança sempre a fazê-la voltar atrás.

Perdido entre tantos desencontros mas jamais esquecidos, escondidos pela rotina dos dias acumulando-se como poeira incômoda mas ressurgentes ao menor soprar da brisa das lembranças...

Sim, os sonhos que acalentam as noites insones, que tornam os dias mais fáceis, que contêm as expectativas, as ilusões e a esperança de dias melhores, vidas melhores, os mesmos sonhos cuja ausência torna tudo mais duro, mais frio, impalatável. Ausência que possibilita um menor sofrimento em relação às desilusões, mas que impossibilita todos os pequenos momentos de plenitude que formam uma vida.

E eram esses pequenos momentos que sustentavam a sua vida, e faziam ela crer, apesar de tudo o que havia acontecido, que tudo o que viera junto valia à pena.

Era essa a certeza que ela precisava para seguir em frente, finalmente..."

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Nebulosas...


"Gostava de ver as nebulosas... Eram como seres etéreos, eternizados diante da superficialidade e efemeridade das vidas humanas... Iam-se os anos e elas permaneciam, formas amorfas, regendo a escuridão luminosa do universo em constante expansão... Sem fronteiras, mas auto-delimitadas pela sua condição de inconstância diante dos olhares...

Pensava se um dia poderiam ser como elas ou se estariam condenados a sua condição dogmática da materialidade imposta.

Conseguia imaginar os pensamentos como elas, uma estrela no seu cerne, criando a gravidade necessária para mantê-lo a pulsar, e assim poderia permanecer durante muitos anos, ou então, em um processo natural, brilhar até o último instante, sucumbir ao seu próprio brilho, a sua própria vida, e implodir deixando seu último suspiro, o brilho maior, o pulsar mais forte, e restar somente o rastro do que um dia foi, e de certa forma, sempre o será."




quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Dos sonhos...

... que regem os dias e as noites dos infantes, jovens e adultos como se por um instante todos pudessem ser os mesmos, um só, governados pelo deus do sono.

... que habitam o íntimo de cada ser, transformando-os em seres etéreis, capazes das maiores conquistas.

... que trazem nova esperança para quem não a tem mais, para os descrentes de dias melhores, para os que não acreditam.

... que tornam os meus e os seus dias mais fáceis.

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terça-feira, fevereiro 13, 2007

Da esperança...

... do mundo voltar a fazer sentido, como quando a inocência infantil dominava a nossa imaginação.

... do amanhã representar tudo aquilo que o passado não foi e o presente não é, mesmo sabendo que a mesma está envolta em um mar de ilusões.

... de dias melhores, de pessoas melhores, de sentimentos melhores, de anos melhores, de vidas melhores.

... escondida ou escancarada em você e em mim.

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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Das incertezas...

... latentes em cada sensação, sentimento, pensamento e movimento a surgir.

... presentes quando ela ouve o que ele diz, quando ele vê nela mais do que poderia supor.

... inerentes a cada segundo da vida humana apesar da fina camada de controle e domínio que muitos pensam possuir.

... tanto minhas quanto suas.

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domingo, fevereiro 11, 2007

Do medo...

... que chega vagarosamente pelas sombras como ladrão à espreita esperando o momento certo para surpreender sua vítima, como águia voando alto e num relance ao avistar sua presa cai vertiginosamente encravando suas garras, como cobra armando o bote em ínfimos segundos quase imperceptíveis.

... que se estabelece diante de tantos poréns, tantas justificativas, tantas palavras para poucas ações, tantas ações para poucas palavras, tanto pouco para pouco tanto.

... que não pode ser explicado, não pode ser nomeado, não pode ser descrito, mas que pode ser sentido, à quilômetros de distância, do outro lado do oceano, do outro lado da rua, do outro lado da porta, do outro lado do olhar...

... que eu já senti e que você também já sentiu...

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sábado, fevereiro 10, 2007

Da série "favoritos"...

A ilha

Um facho de luz
Que a tudo seduz por aqui
Estrela cadente reluzentemente
Sem fim
E um cheiro de amor
Empestado no ar a me entorpecer
Quisera viesse do mar e não de você
Um raio que inunda de brilho
Uma noite perdida
Um estado de coisas tão puras
Que movem uma vida
E um verde profundo no olhar
A me endoidecer
Quisera estivesse no mar e não em você

Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui


Djavan


Não sei por qual razão mas essa música passou a semana inteira na minha cabeça e não escuto já faz uns bons anos...

Mudando de assunto... Um bom fim de semana para todos!!!!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sobre todas as coisas que poderiam ser ditas...


do medo... das incertezas... da esperança... dos sonhos... das ilusões... da realidade... da saudade... dos desejos... das vontades... do gostar... do aprendizado... do não gostar... do aceitar... do pensar... do divagar... do recomeçar... do esquecer... do lembrar... do relembrar... da distância... da presença... da ausência... do orgulho... da falta de orgulho... do olhar... da tristeza... da negação... da redenção... do retorno... das lágrimas... do novo sorrir... da alegria... da vida...

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quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Do não querer...

"Ela não queria nada daquilo para ela, não queria vencer pelo cansaço, não queria ceder pelo cansaço, não queria a intransigência, nem sequer a conveniência...
Não queria ficar presa em um passado distante, com ilusões que não condiziam ao presente, tentando manter um tempo que não poderia voltar...
Não poderia suportar uma vida de enganos, criando novas crenças para velhos hábitos, novas formas de cometer os mesmos erros...
Não queria os mesmos erros pesando cada vez mais sobre ela e tornando-a cada vez mais..."



... fiquem livres para continuar a sentença...


Mais uma vez faltaram palavras...

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Das pequenas coisas...

"Os amores ficam, claro, em lembranças muitas, tantas, lindas, incríveis, às vezes doídas e incômodas de tão doces. Lembramos do rosto, do corpo, de grandes momentos, podemos descrever um dia inteiro, uma noite toda, semanas, meses, mas as lembranças mais persistentes, mais arraigadas, mais inesquecíveis e irrepetíveis são as pequenas memórias, as memórias ínfimas que quase não podem ser explicadas com a precisão necessária para que alguém entenda exatamente do que estamos falando. São gestos, manias, tiques, meandros, a entonação de uma determinada frase em um determinado momento, detalhes (tão pequenos de nós dois...) que vão seguir ecoando pela vida toda como se lá, de vez em quando, aqueles momentos viessem revisitar os nossos sentidos e pousassem fugazes outra vez em nós, incólumes, preservados, intocados e perfeitos. As pequenas memórias podem ser palavras ditas de um certo modo, com mais erres ou mais esses, uma frase entrecortada por uma respiração, uma maneira de mexer nos bolsos, de arredar uma cadeira, de abrir uma cortina, de olhar em interrogação, de morder o lábio, de esfregar os olhos, de encostar o dedo na têmpora, de segurar pela cintura, de servir o vinho, de procurar a mão. É mesmo um quase milagre que, no exato momento em que nasce uma pequena memória, já sabemos de sua eternidade, já está ela atrelada a nossa vida, tatuada até que nem morte nos separe, porque a memória não está no outro, não é do outro, é do amor em nós, do que sentimos naquele instante, daquela felicidade, daquela gota de ressonância perfeita. As pequenas memórias são, sim, uma lembrança imperecível do nosso estado de absoluta graça, entrega, felicidade, completude, enternecimento, abandono, gozo, alegria, paz, desejo, ânsia, prazer. As pequenas memórias são os melhores pedaços de nós mesmos e assim continuarão conosco para os séculos dos séculos, amém, como continua conosco a capacidade de sermos felizes. E isso, bem, isso ninguém nos tira."


escrito por: Ticcia em 06/02/2006 (lendo meus pensamentos)


Só podia ser ela mesmo...

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Na falta de palavras...

Desconsiderando a imagem e o estilo extremamente anos 80 o que vale mesmo é a música, mais uma das minhas favoritas para compartilhar com os bons amigos...

Porque as idéias estão sendo desenvolvidas e ainda não consegui colocá-las em palavras...

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

De volta...

Depois de um fim de semana fora do comum (acreditem!!!) estamos de volta... Ainda não tive tempo de visitar o pessoal nos blogs, nem sequer dar uma espiada, mas a partir de amanhã espero colocar os comentários em dia. O dia todo de trabalho, a vista, a gastrite e o sono não me permitem ficar muito tempo sentada em frente ao computador hoje à noite. Mas fica valendo o desejo de...

...uma boa semana para todos!!!

sábado, fevereiro 03, 2007

Avisando (não tão previamente)...

Peço desculpas para o pessoal mas como estou indo pegar meu ônibus daqui a pouco e ontem estava arrumando minha mochila não consegui visitar meus pontos de parada obrigatória (por livre e espontânea vontade, que fique muito claro!!!) nos blogs...

Mas assim que eu voltar (se eu ainda tiver condições físicas e psicológicas) no domingo à noite coloco meus comentários em dia!!!


Um ótimo final de semana para todos vocês!!! :)

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Do novo acordar...

"Ela acordara sentindo a leveza que a liberdade da mente traz... A liberdade que só é sentida em dias incomuns, em uma manhã de um dia de semana qualquer diante da correria do mundo... Aquela sentida durante ínfimos instantes em meio às horas de uma vida... Foi diante do absorver daqueles instantes únicos, do respirar da maresia inexistente, da certeza da possibilidade contida na incerteza das coisas, da calmaria anterior ou posterior à tempestade, que uma leve brisa começou a invadir o espaço...

Ela já havia esquecido... Como em um rompante da memória, voltou a ser criança... Ao mesmo tempo em que mantinha a racionalidade que os anos trazem, tudo surgindo ao mesmo tempo em sua mente, lembrou... Lembrou ter lido várias vezes que certas pessoas tinham uma relação com a chuva, que toda vez que acontecia algo importante em suas vidas chovia...

E lembrou que ventava toda vez que algo assim acontecia com ela... Lembrou também quando era criança, e em meio aos devaneios da sua imaginação achava que podia controlar o vento... Sentada na janela do seu quarto, na casa onde morou durante toda sua infância e ficava a controlar o vento que soprava pelos morros a balançar os eucaliptos lá longe e seus cabelos...

Sorriu, com as lembranças e o céu a amanhecer com as cores de suas pinturas favoritas... Sorriu e seguiu com o ritmo dos dias comuns, mais um dia em mais uma vida, assim como todas... Mas bem escondido em meio aos papéis, textos, telefonemas e conversas ela sorria por dentro..."
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